Quem quiser ter uma opinião imparcial sobre a situação de Angola encontra uma nuvem tão grande de desinformação, que torna difícil perceber a realidade. Tudo está acantonado em slogans que pouco explicam e não deixam pensar.
Vejamos um exemplo. Há uma grande gritaria sobre ameaças à liberdade de imprensa e perseguições a jornalistas. No entanto, quando se tenta “descer” à realidade verifica-se que não foi morto qualquer jornalista em Angola; o único jornalista preso, Carlos Alberto, é uma pessoa geralmente ligada ao partido do poder (MPLA) que nas últimas eleições esteve na TPA produzindo fortes ataques à Unita; os “jornalistas” que se queixam de perseguições estão principescamente instalados em Portugal, pagos sabe-se lá por quem, e certamente, as autoridades portuguesas não deixariam que fossem perseguidos em Lisboa. O líder do sindicato dos jornalistas tem um programa na rádio ao sábado onde vergasta com intensidade o governo.
Portanto, onde está a perseguição?
A mesma nuvem existe em relação a outras realidades. Depois de investigadas chega-se sempre à mesma conclusão. Existe a criação propositada duma nuvem de maledicência sobre Angola que impede que se chegue à verdade.