Eva RapDiva termina Pós-Graduação com média de 17 valores

ByTribuna

11 de Agosto, 2023

Eva RapDiva é um nome que se tornou sinónimo do hip-hop angolano cru e sem desculpas. Nascida no Kuito, Angola, esta rapper pioneira tornou-se numa das vozes mais influentes da cena musical do país, ultrapassando fronteiras e sensibilizando para a injustiça social através da sua música poderosa.

O seu dinamismo não se reflectiu apenas na música. A gerir a vida artística com a académica, dividindo o seu trabalho entre Angola e Portugal, Eva RapDiva frequentou, no último ano lectivo, dois cursos superiores em simultâneo. 

Eva frequentou no período diurno e nocturno a Pós-graduação em Gestão Financeira e Licenciatura em Ciência Política e Relações Internacionais.

No mês passado, concluiu com êxito, a Pós-graduação em Gestão Financeira em Portugal e obteve a classificação média de 17 valores, provando que, com esforço e dedicação é possível conciliar a vida académica com o trabalho.

A rapper chamou a atenção de Angola pela primeira vez em 2008, quando colaborou com os rappers underground G-pro e Genesis na icónica faixa “Bicho Papão”. A sua voz distinta e as suas letras brutalmente honestas rapidamente atraíram seguidores entre os fãs de música angolana e, a partir daí, nunca mais olhou para trás, continuando a criar um espaço para si própria num género predominantemente dominado por homens.

A música de Eva é profundamente pessoal e ela é conhecida pela sua atitude intransigente em relação a questões sociais como o género, a sexualidade e a raça. As suas canções abordam temas tabu e criticam abertamente as normas sociais que marginalizam as mulheres e as minorias. O seu álbum de estreia, “EVA”, lançado em 2016, cimentou o seu lugar como uma artista inovadora que revolucionou o hip-hop angolano.

Apesar de enfrentar inúmeros desafios como rapper feminina queer, Eva recusou-se a ser silenciada. Tem sido uma feroz defensora da comunidade LGBTQ+, produzindo música que destaca as lutas e os triunfos da comunidade em Angola. Através da sua música, Eva pretende dar poder às comunidades marginalizadas, tornando-a um modelo para mulheres e pessoas queer em Angola e não só.

A sua influência vai muito para além da música; tornou-se uma figura pública cuja voz é ouvida para além dos domínios do hip-hop como defensora da mudança política e da justiça social.