A Unita acredita que vai alcançar o poder por repetir marchas nas ruas. Está enganada. Houve um momento que o MPLA dormia e continuava a dormir e a Unita encheu as ruas sem oposição. Esse momento acabou. A Unita leva gente para as ruas, o MPLA também leva. O movimento das arruadas terminou.
E, o facto é que a força das ideias se impõe sempre à força das marchas, estas só têm sucesso quando têm uma grande ideia em que acreditar, quando um movimento desgarrado e de protesto se torna em algo movido a ideias. É isso que falta à Unita, não conseguem apresentar uma única ideia. Os seus supostos ideólogos são um tal Raul Diniz que escreve uns textos confusos que ninguém percebe e o ideólogo de todas as épocas e estações, Marcolino Moco, outro escrevente do nada. Portanto, as marchas da Unita representam a força do vazio.
No MPLA começou por nem haver marchas, mas o tempo mudou. Há uma ideia que vai tomando forma em certos sectores, que é a ideia da Nova República que vai varrer todos os cancros e doenças que afectam o país, a começar os que existam no próprio partido e governo.
A Nova República é a ideia que está em marcha e vai mudar o país refundando–o na sua pureza original sem donos nem escravos, com uma sociedade para todos, como tem dito o Papa em Portugal, e com um projecto político e económico que não deixa ninguém para trás. Esta é a Nova República que vai surgir.