Enche-me de satisfação assinalar a presença do Senhor Presidente da República de Angola, na coroação de Sua Majestade, o Rei D. Carlos III do Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte.

Vai lá estar a elite política mundial representada ao mais alto nível, é um momento de valorização do país, de prestígio de João Lourenço, e do reconhecimento democrático do Estado de Direito em Angola.

Infelizmente não sentimos a mesma evolução positiva em sectores nevrálgicos no desempenho interno. Ontem mesmo a justiça brasileira passou a pente fino a residência do ex-presidente Jair Bolsonaro, e deteve o seu principal colaborador. Em Angola temos uma Oposição em permanente ação sabotadora, acolhedora de um ativismo terrorista, e nem o seu líder ACJ “Bétinho” nem o Partido UNITA são responsabilizados pelo seus atos. 

Também me deixou apreensivo que, da visita do ministro dos negócios estrangeiros de Portugal a Angola, resultasse após contatos ao mais alto nível, apenas um comunicado sobre a próxima visita do Primeiro Ministro a Luanda, e que na agenda fosse, somente, ressaltada a vertente económica.

Essa mesma vertente económica é importante, mas em parte cabe ao sector empresarial privado.

A nível de Estado, o fundamental é aprimorar a transparência e valorização de reciprocidades, na justiça, no social, na educação, na formação, dupla tributação, e mais transparência nos laços de cultura e consanguinidade entre dois Estados ligados por uma fraternidade secular e absoluta.

A ligação económica e financeira tem redundado numa grande ambiguidade por parte de Portugal, associada à política; tem dado azo a uma promiscuidade repetida, tem sido Angola a suportar muitos desmandos, desde a justiça aos escritórios de advogados que faturam milhões.

Uma coisa está por demais evidente nos últimos dias, a UNITA e ACJ “Bétinho” e a matilha em uníssono, estão fora do diálogo democrático em Angola, jamais se fará democracia em Angola com o Galo Negro; são já um terrorismo tolerado, tirano, fundamentalista, em busca do Poder.