Obriga-me salientar que não confundo o Cristianismo com o Catolicismo, que respeitei, admirei e curvei-me perante a postura intelectual e religiosa de Bento XVI, mas tudo se desmoronou com Francisco.
É de assinalar em Terra Africana a exigência do Papa para que o capitalismo selvagem, organizações criminosas, ONG’s fantoches, larguem a Terra Africana como terreno fértil dos seus privilégios seculares, e fraternalmente se associem à dignidade humana.
Acontece que a Igreja Romana nunca pediu perdão, nunca devolveu, o fruto do saque das cruzadas escravocratas que enriqueceram a Santa Sé, nem pediu ou ajudou as famílias dos milhões que em África, sob o jugo da Cruz de Cristo em bandeiras desfraldadas, ergueram um património religioso que até hoje perdura.
O oportunismo católico esconde-se na teia de organizações que exploram os sentimentos humano da Fé até à guerra, e invariavelmente cola-se ao Poder, foram os principais aliados dos colonialistas, e agora são os inquisidores de uma justiça dos seus próprios interesses, como recentemente aconteceu na perspetiva sonhadora do Poder da UNITA, aliada à submissão pública de ACJ.
Em Angola até 1964, a Igreja Católica era uma parte visível do Estado, era o Registo Civil, era quem atestava certidões de nascimento, batismo, casamento e idoneidade, e nos templos de Cristo havia missa para brancos e missa para negros, exerciam autoridade de Estado, e o Papa sabe, contribuiu, é parte integrante de todos quantos devem um pedido de desculpas públicas aos Povos de África e da América Latina, e não fazer teatro pregando moral de mãos sujas de sangue, suor e lágrimas.