Independentemente das repercussões no mundo consequente da guerra na Ucrânia, a diplomacia internacional, particularmente a europeia, está impaciente e crente dos conflitos em África, sobretudo na RDC e Ruanda, e sabem que só Angola tem sido travão para que ainda não tivesse havido o pior.
António Guterres confia em João Lourenço, sabe da capacidade dos Serviços de Inteligência Angolanos, e a Europa precisa do petróleo, gás e outras matérias primas e, sobretudo manter a cooperação com África onde Angola assume hoje importância acrescida na segurança e estabilidade.
Força adquirida nos últimos tempos pelo Presidente da República na sua opção Atlântica ao estabelecer uma parceria cada vez mais relevante com os Estados Unidos da América, não só se perspectiva que venha a ser o primeiro país a ter os famosos F16 em África, e por isso pode vir a receber a missão de controlo do espaço marítimo da Costa até à Ilha de Santa Helena, usada pelo narcotráfico.
O mundo só se deu conta de ter entrado na História Moderna 100 anos após Constantinopla, hoje Istambul, Angola está a entrar num Tempo Novo, está a viver as dores de parto dessa metamorfose, e claro está que há mudanças que exigem coragem e determinação, e há os inadaptados porque vivem agarrados ao passado que Camões os narrou como Os Velhos do Restelo.
O meu colega Anselmo trouxe ontem no seu artigo a ideia da Nova República, e pela narrativa entendeu bem a ideia, não é novo, não há república avançada no mundo que não tivesse feito, Portugal já mudou 3 vezes e a França 8.
Angola precisa de um ciclo novo, passa por uma Nova Constituição que incentive uma nova cultura, uma nova identidade, e o refazer da Política Administrativa do País, que consolide as oportunidades dos jovens na sua terra sem o peso às costas de um tempo que infelizmente nos desgraçou. Não é fácil, é necessário muita coragem, o enraizamento de tantos males, as associações e cumplicidades ganharam poder, mas será um recomeço sem estigmas da Libertação, ódios compromissados, seria uma Angola Nova, capaz de dar corpo ao horizonte de todos os seus filhos.