Tantos anos, tantas histórias, tantos recomeços, ainda assim sobram heranças de gente e de um tempo que persiste na mais hedionda idiossincrasia, assente na máxima da exploração do homem pelo homem.
São como morcegos, sugam pela noite e pelas sombras, arrastam mofo bolorento pelos corredores da cumplicidade, muitos são os idiotas, os patetas, os sonhadores, que não deixam de fazer número à volta de poucos pensantes sanguessugas agarrados à ferrugem secular untada de sangue, suor e lágrimas.
Nesta dança saudosista e neocolonialista há nomes da lembrança da desgraça, normalmente sempre os mesmos, em Lisboa, Londres ou Joanesburgo, mas também os traidores que alienam o Povo e o País, são os mesmos de há muito tempo, uns continuam camuflados, outros já perderam a vergonha perante tanta impunidade.
O destino de Angola cabe aos angolanos, manifestam-no através de eleições livres que legitimam a governança, a dependência externa é esplendor doentio dos falhados e inadaptados, não se lhes pode dar espaço para desferir ataques permanentes à tranquilidade pública e à gente honesta que trabalha diariamente.
A UNITA pode ter escritórios, conselheiros, apoiantes em Lisboa, ACJ pode ser um assimilado à tutela portuguesa, os Kwatchas podem pensar que os angolanos são incapazes de se governarem, o que não podem é estacionar à margem da Democracia e desejarem uma terra sem Lei, e afrontar diariamente o Presidente da República. A essa postura chama-se clandestinidade, como tal, deve ser colocado fora do Sistema para não contagiar o normal funcionamento do Estado de Direito.