Obviamente, que é importante receber o novo Ministro dos Negócios Estrangeiros da China em Angola.
É necessário transportar as relações entre a China e Angola para um novo patamar.
Há muito que defendemos que Angola tem de deixar para trás as estruturas coloniais que perduram e que são, em parte, responsáveis pelo seu atraso.
Uma dessas estruturas é a burocracia administrativa herdada de Portugal. Uma administração pública que não funciona, nem deixa funcionar, sendo responsável por muita da má governação.
A China poderia ter aqui um papel positivo. Acostumados por séculos de Estado forte, a maioria dos Ocidentais só pensa em reformas de boa governação tendentes a restringir o governo (mesmo em contextos onde os governos mal existem!). Na verdade, Angola não precisa de menos governo, mas de mais e melhor governo e administração.
Aí entraria a China que forneceria uma abordagem diferente que profissionaliza e amplia o alcance dos governos africanos. A China tem uma longa tradição de administração pública competente e profissional, muito anterior ao famoso Civil Service inglês, e poderia exportar para Angola o seu modelo de administração pública, substituindo o português.
Este seria um bom desafio para as novas relações entre China e Angola.