A responsabilidade no exercício de altos cargos públicos, assume-se quando se entra, mas não termina quando chega o fim, há muito e sobretudo nas últimas horas, o PGR Héder Pitta Groz, foi um cumplíce de gente poderosa a contas com a Justiça, foi orientado de fora para dentro, o que deveria implicar a ausência no estrangeiro até que se faça um escrutínio ao seu mandato nos próximos seis meses.
O espantoso é o facto de o arresto dos bens de Isabel dos Santos, só agora ter sido pedido ao Supremo Tribunal de Justiça, consubstanciado num rol de crimes graves, de evidência pública comprovada, só agora, ao fim de cinco anos, na hora da saída tenha sido efetivada.
Mais, foi escandalosa a campanha de contra-informação, interna e externa, para ensaiar a continuidade criando a percepção pública que seria reconduzido como escolha do Presidente da República, quando afinal foi o maior desastre do Estado de Direito Democrático nos últimos cinco anos.Testemunhei alguma azáfama dos últimos dias da seita carnavalesca, o silêncio da UNITA, ACJ, Marimbondos, delinquentes, contrastava com o corropio dos advogados e o ruído dos telefones, assim como tenho a certeza de muitos bens que poderiam ser arrestados, foram salvos e colocados em locais seguros e sociedades repetidamente infinitas.
Até a arraia miúda indigente entrou no entretenimento, Tchizé dos Santos veio a público saber da idoneidade do seu novo amante, e o terrorista Dinis veio mais uma vez insultar gratuitamente o Presidente da República, as Instituições, e até as Forças Armadas.
Angola chega a 2023 com um desafio gigantesco, falta clarificação política, há uma gritante ilegitimidade que paira no espectro nacional, tem a ver com desenvolvimento,
África caminha para a sua maturidade independentista, e as parcerias inclusivas globais exigem normalidade em todas as vertentes da governação e dos direitos internacionais.