Os ativistas têm de ser ativos, senão caem no esquecimento, deixam de ser financiados, têm de voltar às suas profissões de partida.
Ontem assistimos a uma dessas tentativas de chegar à luz. Um ativista que andava esquecido resolveu dar um ar da sua graça, fazendo eco das queixas dos marimbondos.
“A justiça não é independente e serve para perseguir os inimigos do Presidente ligados a José Eduardo dos Santos”, disse ele. Choca o zig-zag. Uma pessoa que combateu a corrupção, agora usa os argumentos dos corruptos, que querem colocar em causa os tribunais angolanos para fugirem a qualquer condenação.
Concordamos que a justiça tem de mudar, ser mais eficaz. Até agora tem sido lenta e entrado em contradições. Mas isso não é sinónimo de dependência do poder político, é o contrário. Sinónimo que anarquia e falta de boa orientação interna. Se há um símbolo da independência da justiça, é a letargia do PGR e a falta de resposta do Tribunal Supremo. Engana-se o ativista. A justiça em Angola está mais independente do que nunca.
Mais errado está ainda quando refere que só os associados do Presidente Eduardo dos Santos são perseguidos. Ignorância ou má-fé? Os processos criminais são muitos e variados. É evidente que os piores bandidos são do tempo de Eduardo dos Santos. Seria impossível ser de outra forma. Mas também tem Carlos São Vicente, que nada tinha a ver com Eduardo dos Santos, Augusto Tomás, que foi ministro de Lourenço. Norberto Garcia, julgado e absolvido, hoje conselheiro do Presidente, etc.
Mais um a falar à toa…
A justiça vai funcionar, gostem ou não gostem, e os corruptos que desgraçaram o país vão para a prisão, demore 1 ou 10 anos.