Com as nuvens densas a dissiparem-se no horizonte, a previsibilidade cada vez mais evidente da continuidade de João Lourenço após as eleições na magistratura de Chefe de Estado, abrem-se janelas de oportunidades que advêm do prestígio que o Governo granjeou, e da confiança que Angola conquistou na cena internacional.
A globalização é uma janela de potencialidades que proporcionam crises para uns e oportunidades para outros, atentos devem estar os investidores pessoais ou coletivos, a iniciativa privada tem de estar atenta e aproveitar o momento, e Angola e o seu crescimento não está apenas no investimento do Estado, a este cabe a regulação, fiscalização e a criação de infraestruturas, cabe à sociedade civil estabelecer parcerias e entrar nos circuitos internacionais.
Na semana finda, em Sevilha, Espanha, debateu-se a previsível crise no turismo na Europa, Grécia, Itália, França, Espanha e Portugal serão afetados pelas sanções à Rússia decorrentes da guerra na Ucrânia, o Egito ainda não recuperou do medo dos atentados bombistas, a Indonésia não consegue conter o fundamentalismo muçulmano, a Índia debate-se com níveis de poluição insuportáveis, o Kénia e Senegal foram invadidos pelo islamismo, destinos de eleição como a Turquia, Israel, Tailândia e Dubai estão saturados.
Angola tem no turismo tudo para captar de imediato o turismo endinheirado da Rússia e da Europa a exemplo de Cabo Verde e o Botswana, tem praias paradisíacas, deserto e florestas, rios de grandes caudais que nascem e desaguam no território, tem montanhas, fauna e flora exuberantes, tem sobretudo um povo acolhedor e uma gastronomia rica e variada.
Cabe também aos dirigentes provinciais, municipais e comunais, incentivarem e potenciarem os seus recursos, em Sevilha foram exibidas imagens de Angola que passam frequentemente na Euronews e na National Geographic que impressionaram os presentes e aguçaram o investimento.
Há lacunas fáceis de resolver, o aeroporto da Catumbela deverá ser dotado de mecanismos para rececionar voos internacionais diretos, os transportes fazem parte do investimento que cabe aos privados, a linha de caminho de ferro do CFB passa a centenas de metros do aeroporto, liga à Zâmbia e à RDC e vai até à Tanzânia no Índico, o Lobito tem um Porto de grande capacidade, e a própria expansão vai proporcionando investimentos paralelos na saúde, na formação, nos serviços, e na capacidade de produção de mãos de obra qualificada e competitiva.
A Rússia e a China são hoje os países de onde são oriundos mais de 50% dos turistas internacionais, Angola tem tudo para absorver uma fatia substancial desses mercados, a exemplo de Cabo Verde, a estabilidade económica é uma conquista soberba do atual Governo, África está hoje presente nas mesas dos decisores do investimento, cabe aos angolanos seguir o rumo traçado por João Lourenço, apostar nas oportunidades, serem parceiros no desbravar do futuro, e não se deixarem levar pela melodia da ilusão que conduziria à desgraça.
Caro compatriota, infelizmente para mim com 70 anos o futuro foi ontem, mas para aqueles, a maioria, que têm o futuro hoje e no amanhã, interpele-se e indague o que pode fazer por Angola, e não espere apenas que seja Angola a fazer por si.