No cumprimento da concertação na África do Sul, chegado ontem mesmo a Luanda, o general Lukamba Gato disseminou um escrito, com redação que ultrapassa a sua capacidade intelectual e política, que aconselha o Presidente da República João Lourenço, a dialogar com Adalberto Costa Júnior, para ambos concertarem uma mensagem de acalmia da sociedade, que crispada, pode tornar-se perigosa.
Ora bem, o Dono da UNITA vem a público reconhecer a anarquia que plantaram em certos meios, é algo que se planta e perde-se controlo do crescimento, e aflito vem agora apelar ao Presidente da República, que se tem mantido serenamente à distância, para dar a mão ao alucinante líder do Galo Negro, que não cessa de promover o culto da personalidade, basta ver a foto tornada pública junto ao Muro das Lamentações em Jerusalém, com pose de Obama, explorando um momento de cariz pessoal. Todavia, é público e notório que ACJ não foi a Israel numa procissão de Fé, chama-se a isto, falta de vergonha.
Simultaneamente, ontem na cidade do Huambo, num comício político, com arrogância insultou-se o Presidente da República, desafiaram-se as Instituições do Estado, e pior, Ékuva Navita Estrela, líder provincial da UNITA, apresentou Abel Chivukuvuku como líder do PRA-JÁ, numa assunção de ilegalidade. Esta política de terra queimada sem Lei, está no ADN da oligarquia da Jamba, ainda não conseguiram adaptar-se à normalidade democrática.
Mas é irónico ser o mais alto dignatário da UNITA, Lukamba Gato, vir a público reconhecer a existência de tensão na sociedade, mais curioso ainda, quando o folclore parecer estar a cansar, e o entusiasmo está a ser confrontado com a realidade, e é a prova evidente de que quem não consegue controlar os seus próprios desmandos, muito menos tem capacidade de governar um Estado.