Ontem numa reunião da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) sedeada em Paris, o representante Turco Murat Yavuz Ates, comunicou a intenção do seus país, através da empresa TEMSA, implementar em Angola uma fábrica de Autocarros e Camiões com um investimento inicial de 600 milhões de Euros, e a criação de uma indústria de pequenas e médias empresas de componentes associados, que irão criar numa primeira fase 2.000 postos de trabalho com formação profissional local, e com potencial indirecto de 5.000 empregos. Esta indústria abrangerá não só Angola, mas também a exportação, preferencialmente os mercados da RDC, Zâmbia, Namíbia, Botswana, Zimbabwe e Moçambique.
Também se soube esta semana que através da Câmara de Comércio Turco-Portuguesa, empresas turcas procuram parceria para investir com força no Turismo em Angola, solicitando a capacidade de formação das escolas de hotelaria em Portugal, e estabelecendo parceria com o Grupo Pestana que já detém a melhor rede de hotéis em Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Moçambique, Brasil.
Também o Grupo Yildirim, dono da Yilport, associado ao Fundo de Investimento das Forças Armadas turcas, que compraram a exploração dos Portos em Portugal, poderão avançar com alemães na área dos cimentos e mineração.
Esta informação vem ao encontro da chamada de atenção do Presidente João Lourenço, naquilo que pode ser chamado de pontapé de saída a caminho da sua reeleição, que afirmou estar para chegar o investimento turco, são estes pormenores que irritam a Oposição e que dão serenidade ao Chefe de Estado, a consciência de estar no bom caminho.
O capital turco-judeu tem no Brasil um dos maiores investimentos externos, áreas como a metalomecânica, obras públicas, turismo e agroindústria, sectores que facilmente encontraria similitude em Angola, mas sabemos que as ligações promíscuas no passado recente com investimentos de Lula e Pelé em Angola, e a onda de corrupção que se estabeleceu com empresas brasileiras de construção e obras públicas, cercearam o ímpeto que tem, rapidamente, de ser retomado com pragmatismo e em moldes mais transparentes que criem e respeitem benefícios recíprocos.
Estou em crer que a iniciativa governamental de privatizar e retirar o peso do Estado na Economia, vai aligeirar e vitalizar o investimento privado interno e externo, bem como a criação de parcerias fecundas, cabe ao Estado, cada vez mais, preparar com afinco a sua tarefa reguladora e fiscalizadora para que com eficácia rentabilize a criação de riqueza e arrecadação de impostos.
Esta fase é crucial para o desenvolvimento e para o bem-estar de todos os angolanos, exige estabilidade, segurança e concentração na persecução dos objectivos, sem aventureirismo nem convulsões gratuitas, o tempo perdido nem por milagre se recupera, poderão atenuar-se as consequências num novo dia a dia que nos brinde com um futuro mais risonho, esse mesmo futuro que começou ontem.