O Betinho com birras ligou ao Paulinho mas, depois da escuta, os olhares em pânico dos escutas, ouviu-se silêncio porque o homem que tinha tudo para estar nervoso, porque até é Presidente da República, surgiu calmo, seguro, deu uma aula de Estado, não deu espaço aos traquinas de rua, mas aconselhou à turma do Faroeste que podem repetir as arruaças e festejar antecipadamente a tomada do castelo, mas é um exercício de Democracia a que o MPLA já se habituou, mas que nem com inteligências coligadas os urubus atingem.
Deu uma aula de soberania e dignidade de Estado, ensinou aos banais tagarelas como funciona a Economia de Mercado, mostrou estar atento às dificuldades, mas tem noção exacta das capacidades orçamentais do Estado decorrentes da herança, desmontou as acusações infundadas de ingerência do Governo na Justiça, mas sobretudo, é de aplaudir, sem valorizar o Betinho divulgando nomes, enjaulou as feras do circo num amontoado de desordeiros, que no passado não assustaram e que no presente ainda não lhe tiram o sono.
Falou de Cabinda ao Cunene, da refinaria e do porto do Maiombe, até ao aproveitamento hidrográfico do Cunene para os Cunhamas, valorizou o esforço das grandes empresas nacionais e o Investimento Estrangeiro, coisas de estadista que a limitação tribalista e racista não vislumbra, e que a falta de visão governativa não permite o debate com néscios tiranetes que se acotovelam no oportunismo.
A desvalorização da Oposição foi notória, resvala para total indiferença, João Lourenço dedica o seu tempo à governação, a solicitação das parcerias que vai estabelecendo ocupam-no no essencial, não reservou nada ao acessório nem se valeu em momento algum da Pandemia como obstáculo real ao normal funcionamento da sociedade e da economia, em duas horas mostrou uma postura de responsabilidade de Estadista que José Eduardo dos Santos nunca teve em 38 anos, e que a UNITA nunca experimentou.
João Lourenço vai deixar, hoje, muita gente a falar sozinho, os Betinhos e as Matildes só por maledicência podem estrebuchar com elevados decibéis, com um pouco de vergonha pelas ruas da Vila Alice, o silêncio furibundo vai escutar-se com o ranger dos dentes dos enraivecidos.
Vamos ter eleições em Agosto, aperta-se o colete de forças, a cobrança das festas sumptuosas vai intensificar-se, as promessas vão-se afunilando e comprimindo, a ementa do banquete vai suprimindo mimos e diminuindo lugares, o leilão vai ser renhido e a agitação vai inchar, de tão gordos quem está dentro não sai, quem está fora não entra, e às tantas nos confessionários onde hoje se alimentam cumplicidades, não tardará a saírem conselhos de promessa à Senhora da Muxima para que tudo continue na mesma.
João Lourenço referiu-se com estratégia militar ao Teatro de Operações, como amante de xadrez consegue ver adiante, e a sua calma e ponderação valeram um passo de gigante rumo à sua reeleição.
O mundo agradece…!!!