Há debate ideológico, dentro e fora do Parlamento, na democracia angolana?
Que espaço ocupam o MPLA e a UNITA num cenário sem a herança de um passado beligerante até à Paz concertada em 2002?

Os jovens, a esmagadora maioria, que são o suporte do futuro, que têm nas redes digitais caminhos encurtados em relação a outras paragens, aceitam as amarras das divergências de 50 anos de Independência?

Angola libertou-se do colonialismo em 1975, não estará na hora para a democracia dar-lhes respostas às suas ambições? 

O MPLA é membro da Internacional Socialista, normalmente face à globalização, poderia ser um Partido Socialista ou Social  Democrata.

A UNITA já oscilou entre o Comunismo/Maoista, Panafricanismo, e está hoje estacionada na Extrema Direita, mas há no seu seio, de forma silenciosa, quem pautou pela Democracia Cristã.

Seria lógico que face ao desafio da ruptura com o passado, tivéssemos uma regeneração partidária para dar suporte à mudança para um tempo novo, que por falta de diálogo pode obrigar o Senhor Presidente da República, diante da inevitabilidade, e recorrer a uma consulta popular para abrir caminho a uma Nova Constituição, digo isto porque diante do ruído, fala-se numa Refundação com variantes em que assentariam apenas algumas variantes.

O nosso País está sufocado por duas emergências, uma Nova República, e um Pacto que inicie imediatamente a desconcentração demográfica, mesmo que haja necessidade de recorrer ao Fundo Soberano, para que se faça com base em incentivos de fixação aliada à produtividade e povoamento territorial, fundamental para redução de assimetrias.

Não é normal, a dois anos de eleições mobilizarem-se multidões com intervenções que incitam arruaças, o País não aguenta, a economia não suporta esta derivação regressiva, há tempo para tudo, é hora de mudança, e o valor que mais dignifica a cidadania é a Democracia, Liberdade, Fraternidade, isto só se consegue com o esforço, dedicação, devoção de todos na implementação da Nova República.