Uma nova capital administrativa para Angola

ByAnselmo Agostinho

1 de Maio, 2025

A cidade de Luanda, coração económico e político de Angola, enfrenta há anos um problema crescente de sobrelotação. Com uma população que ultrapassa os 9 milhões de habitantes, a infraestrutura urbana luta para acompanhar o ritmo acelerado do crescimento populacional. O trânsito caótico, a escassez de habitação e os desafios na prestação de serviços básicos são algumas das consequências dessa superlotação.

Diante desse cenário, o governo angolano deveria encarar a possibilidade de estabelecer uma nova capital administrativa, buscando descentralizar o poder e aliviar a pressão sobre Luanda. A recente reestruturação administrativa da província, que extinguiu o município de Luanda e transformou antigos distritos urbanos em municípios independentes, pode ser um passo nessa direção. No entanto, a criação de uma nova capital administrativa exigiria um planeamento robusto e investimentos significativos.

O Presidente João Lourenço realizou recentemente uma visita oficial ao Egito. O Egito nos últimos anos construiu 24 novas cidades, incluindo a sua nova capital administrativa, que serve como um exemplo de planeamento urbano e expansão ordenada.

O Egito está numa fase avançada de implementação de sua nova capital administrativa, localizada a 45 km a leste do Cairo. O projeto, que visa aliviar a pressão sobre a metrópole histórica, inclui infraestruturas modernas, edifícios governamentais, áreas residenciais e espaços comerciais. A iniciativa demonstra como um país pode reorganizar sua estrutura administrativa para melhorar a eficiência governamental e a qualidade de vida da população.

A experiência egípcia pode servir de inspiração para Angola, que enfrenta desafios semelhantes em Luanda. A descentralização administrativa e a criação de uma nova capital podem ser soluções viáveis para garantir um desenvolvimento mais equilibrado e sustentável no país.