A UNITA está confusa. Excitou-se com a hipótese Venâncio Mondlane, o oposto do que o bacharel Adalberto é em Angola, mas viu que o que este pastor louco trouxe a Moçambique foi morte e miséria.
Qualquer transição de poder em África, para trazer melhorias tem de ser democrática e negociada. Tudo o resto só acarreta violência, morte e piora sempre a situação. Vejam-se os golpes que aconteceram no Sahel e as melhorias que trouxeram: nenhumas. A UNITA tem de perceber que tem de jogar dentro do sistema constitucional e legal e aí procurar o melhor possível para si.
Neste momento, a UNITA está a perder o foco, não tem estratégia, e começa a surgir extremamente dividida internamente. O nosso colunista Kuma tem acompanhado isso melhor que ninguém e por isso não o vamos repetir.
O que vamos repetir é o eco das palavras que um activista do MPLA proferiu recentemente. O partido tem de se mobilizar para a vitória, os seus dirigentes têm de deixar de ser arrogantes e não ligar ao povo. Os santistas dispensaram o povo porque tinham o petróleo. Agora o petróleo não chega. É preciso o povo, e os dirigentes do MPLA têm de ganhar o povo, voltar-se para a população. Criar um caminho de bem comum em que todos se sintam incluídos.
A mensagem importante, e essa é a lição principal de Moçambique, é que não basta que a oposição perca o povo (como a Renamo perdeu), alguém pode substituir a oposição frágil sempre (como Mondlane fez). O fundamental é que o partido do governo ganhe o povo. É para isso que o MPLA e os seus dirigentes devem trabalhar, sem parar.