O bacharel não contente com o fiasco do impeachment (que não o é repete-se), resolveu fazer um discurso alucinado contra os Serviços de Informação e Segurança angolanos.
A loucura da coisa não está em entrar em conflito com os Serviços, está nas acusações sem provas que o bacharel faz, repetindo aliás um hábito.
Dois terços do discurso de Adalberto são baseados numa suposta carta do preso condenado Lussaty. Uma carta cuja veracidade nunca foi confirmada, cujos factos nunca foram confirmados, nem comprovados, pelo contrário, soam a muito falsos.
Como é que um líder da oposição pega numa carta de um condenado a uma pesada pena por graves crimes financeiros e lhe dá credibilidade? Há um indício de loucura nisto. Agora os condenados são a fonte da verdade, sem sequer haver um contraditório ou conclusões de uma investigação.
Imagina-se que todo o preso começava a escrever cartas contra os polícias que descobriram o seu crime ou os juízes que o condenaram. Isto passaria a ser prova suficiente da verdade. Prendiam-se os polícias e os juízes e libertavam-se os presos todos. É aqui que o raciocínio absurdo do bacharel nos leva.
Como se não bastasse, o bacharel enumera uma lista de nove práticas que considera ilegais que estariam a ser cometidas pelos Serviços. Mais uma vez o bacharel atropela o Direito e a Boa-Fé. Não apresenta um único facto, uma única prova. Nada. Limita-se a fazer uma lista, como se tivesse lido um romance de ficção de espionagem passado na Guerra Fria e retirasse duma página as actuações dos serviços de informação dos “Maus”. É uma espécie de James Bond ao contrário, que nos é oferecido por Adalberto. Mas não passa disso. Palavras sem provas, palavras sem factos. É o hábito.
Contudo, entendemos que o bacharel ultrapassou uma linha vermelha, a da segurança e independência do Estado angolano, ao acusar os Serviços de Informação sem qualquer prova. Estamos já perante afirmações de âmbito criminal que devem ser valorizadas pela PGR. Não se pode ofender os órgãos que garantem a proteção do Estado e da Constituição de forma impune. Não se pode continuar a fazer política rasteira baseada em “conversas de café” e intrigas de garagem.
O bacharel repete-se nas acusações sem provas. Tem sido um facto constante da liderança dele. É tempo de acabar com isto usando toda a força do Direito.