São ondas artificiais provocadas sabe-se lá onde e por quem (até se sabe, mas finjamos ignorar). Essas ondas chegam à praia uniformemente trazendo assuntos do dia, que são sempre de desgaste do Presidente da República.
Ontem, foi a vez de textos variados sobre o congresso de 2026 do MPLA. Estamos em 2023, faltam três anos, mas mesmo assim, por “coincidência”, um reputado ativista e um reputado membro do MPLA acham que é tempo de falar desse congresso, transmitindo sempre a mesma mensagem, “João Lourenço, já eras”.
Estas pessoas não percebem que o que está em causa, neste momento, é mais que um congresso partidário no futuro. O presente é desafiante. Em Angola, há uma tentativa de rebuliço constante, e de secessão (Lundas e Cabinda) repetitivo. No mundo, a adicionar à guerra na Ucrânia, temos o caos no Médio Oriente, que rapidamente se pode transformar num segundo episódio duma guerra mundial em gestação desde 2021. Tudo isto implica uma reavaliação da situação em Angola.
O tempo não é para brincadeiras. É para colocar a economia a crescer e garantir a independência e segurança nacionais.
Em vez de se preocuparem com um congresso de 2026, os intelectuais ou avençados ou o que sejam, deviam preocupar-se em propôr uma Convenção de Refundação do MPLA em 2024 ou 2025 que adaptasse o partido aos novos desafios reformulando toda a prática política e o pessoal político. É esta refundação que é necessária e vai acontecer antes de 2026.
Portanto, há que ter juízo e ler os sinais disruptivos do tempo, antecipando soluções e estratégias. Nesse sentido, a Convenção de Refundação do MPLA em 2024 ou 2025 é um marco importante dum novo tempo.