Dormem e não vêem os mais recentes sucessos da política internacional angolana.
O primeiro foi a excelente notícia do investimento norte-americano no Corredor do Lobito. A Administração Biden considera que este será “o maior investimento individual dos EUA e da UE no continente africano numa geração” e visa “desbloquear o enorme potencial” existente no setor da ferrovia na África Subsaariana. Se isto não é uma tremenda vitória da política externa encetada por João Lourenço, o que é uma vitória? Angola tornou-se o espelho do sucesso que os EUA procuram em África. Melhor é impossível.
A outra vitória foi a presença de João Lourenço na cimeira do Sul Global em Havana. A forma carinhosa e destacada como o Presidente da República foi recebido diz tudo sobre o novo papel de Angola na cena internacional.
Convém explicar para os distraídos qual é esse papel. Angola desde 2017, iniciou uma revisão dos seus alinhamentos externos, passando a assumir-se como uma potência regional e não um país satélite de outras potências. Isto implicou uma abertura ao Ocidente, em especial aos Estados Unidos, Alemanha e Espanha, e também ao Golfo Pérsico.
Contudo, essa abertura foi feita mantendo as relações cordiais com a Rússia e a amizade com a China. Angola conseguiu sair dos ódios e atavismos que dominam as posturas internacionais dos países africanos, e procurar uma voz própria e descomplexada que lhe permite em simultâneo gerar as melhores relações com os Estados Unidos e ir a Cuba como parceiro privilegiado. É isto que se espera de um país que é uma potência regional. Uma afirmação global com voz própria.
Encontrado o rumo ao nível externo, é tempo de avançar com a Nova República a nível interno para, finalmente, haver uma economia próspera para todos e uma administração pública eficaz.