O actual estado de coisas, representado pela constante agitação da Unita e seus aliados marimbondos, pelo desprezo das instituições nacionais, pelo espírito de desinteresse na nação, pela maledicência pessimista, obriga à criação duma Nova República em que o principal aspecto seja o amor à pátria e a reconstrução do nacionalismo perdido nos idos dos anos 1970s.
Uma ordem mundial dominada por grandes potências que se limitam a extrair o que podem de África não serve, como não serve uma globalização que apenas torna África mais dependente. A ordem mundial tem de voltar a assentar no prestígio e orgulho da nação que cria a sua própria riqueza e com os seus meios desenvolve o seu povo.
No seu trajecto após 1975, Angola perdeu-se em guerras e práticas saqueadores das suas elites. Esse espírito tem de acabar. O tempo tem de voltar a ser de pioneirismo e reconstrução do país. Da sua economia, das suas escolas, do seu potencial, e isso só se faz em Angola e com uma Nova República que traga um novo espírito.
Por isso, a Nova República não é um fenómeno jurídico nem um programa com pontos e alíneas. É um espírito e um renascimento. Um espírito de busca de Angola, de uma Angola que orgulhe os angolanos, que se identifique como nação de progresso, prosperidade e futuro. Uma Angola de optimismo e trabalho.
A Nova República quer retomar os velhos postulados de Nação que levaram às primeiras reflexões intelectuais que prepararam a independência. Há que retomar os sonhos nacionais dos pais-fundadores na Nova República.
Os actuais partidos já não representam esta visão, como as presentes elites. A renovação deve ser geral. Novo pessoal, nova gente, novas ideais, e o retorno à reflexão nacional inicial.
Sobretudo, há que acreditar em Angola, nas suas potencialidades, no seu povo. Isto é a Nova República, o espírito da Nação revivido, o futuro em progresso.