Um jornalista escreveu, com alguma consistência, uma história sobre a demissão do ministro da Indústria e Comércio e a bagunçada que se transformou a Reserva Estratégica Alimentar (REA). Segundo ele a REA tornou-se uma negociata bilionária para uma empresa privada, com o consentimento do demitido ministro do Comércio e Indústria e do anterior ministro de Estado e da Coordenação Económica, e talvez ainda da ministra das Finanças Vera Daves. O mesmo jornalista afirma que este pode ser o grande escândalo do mandato de João Lourenço.
Note-se que Vera Daves se veio a transformar num verdadeiro fiasco ao ter anunciado em Dezembro um saldo orçamental positivo para 2023, quando agora novos números apontam para um déficit de 10 mil milhões de USD. Se isto não é o maior atestado de incompetência a uma ministra- com quem simpatizávamos bastante- o que é?
Todos estes factos estão no domínio público, e não são o que nos interessa. O que interessa é o silêncio-infelizmente habitual- da PGR. Nenhuma explicação é dada, nenhuma medida anunciada, nem sequer a abertura de um inquérito sobre a REA e as denúncias do jornalista.
É esta PGR que vai corroendo as conquistas de 2017 pela sua inacção e incapacidade de comunicar e agir. Torna-se um pesadelo, ver que as melhores intenções e a necessidade de esclarecimento dos assuntos esbarram numa casa que hesita, hesita entre o passado e o futuro, entre a omissão e a acção, entre avançar ou recuar.
Mais uma vez vamos ter um escândalo denunciado e tudo esquecido devido a uma PGR inoperante?