Foi publicado em Portugal um livro com o nome “Teia do Banif” escrito por um jornalista famoso da terra. Conta muitas histórias de podridão e corrupção de angolanos e portugueses. Histórias velhas que envolvem Vicente, Kopelipa, Dino, Isabel, os habituais protagonistas, e uma imensidão de advogados, banqueiros, magistrados e polícias de Portugal.
Demonstra até que ponto profundo a influência da mafia que dominou Angola no passado penetrou as instituições públicas, empresas e sociedade portuguesa em geral. É assustador, sobretudo o convívio dos procuradores portugueses com os advogados dos influentes angolanos da época.
É evidente que esta descrição do jornalista António José Vilela levanta temores sobre o que se poderá passar hoje, e explica a razão pela qual muitos processos não avançam como deviam. São velhas cumplicidades que se derramam e permitem impor um labirinto judicial onde se entra, mas de onde não se sai.
No caso concreto do livro, o Banif (banco português falido) ocupa o centro da narrativa. O Banif era o banco de Horácio Roque, o pai da activista da UNITA Paula Roque, que percorre o mundo, vivendo sabe-se lá de que dinheiro, a dizer sempre mal do governo angolano.
Vejamos o que conta o jornalista português sobre as amizades e proteções de Paula Roque na página 226 do livro.
Em determinado dia de 2012, o então todo-poderoso Ricardo Salgado, dono do Banco Espírito Santo e de metade da economia portuguesa (hoje arguido em variados processos criminais) convidou para almoçar na sede do banco a advogada Paula Lourenço que estava a preparar um processo contra Paula Roque e a irmã Teresa.
Ricardo deu um tratamento luxuoso e impressionante à advogada, que não perceberia o que estava a acontecer, pensando que estava a ser contratada para trabalhar com o BES.
Depois de derramar todo o seu charme e mostrar o seu poder, Salgado disse-lhe o que queria, e o que queria era que a advogada desistisse de colocar qualquer acção contra Paula Roque: “Eu não quero que proponha acções contra as filhas do Horácio Roque”, afirmou Salgado, e “voltou a falar como se estivesse a dar uma ordem educada: Eu não gostaria que essa acção avançasse.”
Temos Ricardo Salgado, o amigo de José Eduardo dos Santos e de José Sócrates a proteger Paula Roque, a ideóloga radical da actual UNITA.
Isto diz tudo sobre Paula Roque e os interesses que representa. É uma protegida de Ricardo Salgado. Mais não é necessário escrever.