Até Onde a Falta de Vergonha?

ByKuma

13 de Janeiro, 2023

Começa a ser difícil encontrar as palavras reles que espelhem a promiscuidade aliada à institucionalização da corrupção em vastos sectores de Portugal e Angola.
Somam-se casos ignóbeis todos os dias, ocultam-se entre abraços e intrigas disfarçadas, partilham fortunas sacadas de povos sacrificados e indefesos, passeiam-se por paraísos onde confraternizam os bandidos a coberto de Estados onde a lei é a conta bancária.

ACJ que é o protegido dos saqueadores angolanos, é apoiado por uma franja significativa, até governamental em Portugal, nichos poderosos empresariais apostam num perdão generalizado em Angola, isso provocaria um fluxo de capitais para o mercado luso, ávido de investimento, a exemplo da crise de 2008.

Para isso vale tudo, não há amigos, depois da morte de José Eduardo dos Santos é uma correria aos fundos da herança, os abutres movem-se e aproveitam tudo, e definitivamente perderam a vergonha.
Isabel dos Santos viu ontem a Câmara Municipal de Lisboa na iminência de aprovar a construção de um Hotel de 5 Estrelas com parte de escritórios, bem no coração da capital, num investimento de muitos milhões de euros. Há património que já passou de propriedade beneficiando de facilidades fiscais para que não fosse expatriado.

O Millennium BCP alienou uma propriedade avaliada em 75 milhões de euros, o Shopping do Barreiro, por pouco mais de 15 milhões a sociedade onde se deduz estar capital angolano. Estas perdas monumentais de capital vão refletir-se nos dividendos onde a Sonangol é um dos principais acionistas. 

Este cerco à presidência de João Lourenço não é novo, está no ADN do governo socialista e seus sequazes, teias onde se movem João Soares e Fátima/Paula Roque, e uma comunicação social altamente dependente dos investidores marimbondos.

A meu ver, e repito mais uma vez, todo este cenário escabroso jamais será estancado pela via judicial, há demasiadas cumplicidades e dinheiro em jogo, a solução passa pelo endurecimento político-diplomático que poderá ter de culminar numa Nova República.

Não seria a primeira nem a última, a prova é que Angola não conseguirá viver perenemente com este estado de constante tensão que transita entre a clandestinidade, a sabotagem, a arruaça, com cumplicidades cínicas e presunçosas de superioridade moral e intelectual.
Chega…!!!