Graça Campos não dorme por causa dos textos da Tribuna, que habitualmente treslê e não entende nada.
Vamos explicar-lhe:
É fundamental que Angola avance para uma Nova República, construída com base numa ordem constitucional renovada, inclusiva e democrática.
A refundação dos partidos políticos deve ser parte desse processo, permitindo que todas as forças — antigas, novas e reformadas — tenham lugar na construção de um futuro comum.
Não se trata de excluir, mas de transformar. A Nova República não pode nascer de uma ruptura destrutiva, mas sim de um pacto nacional que respeite a legalidade e promova a legitimidade.
A proposta de dissolver o Parlamento e instaurar um governo de salvação nacional proveniente da iniciativa presidencial até à aprovação de uma nova Constituição, é o meio adequado para fazer a ponte para a Nova República.
A transformação profunda de Angola exige diálogo, tempo e responsabilidade histórica. A refundação partidária deve ser feita com regras claras, num ambiente de pluralismo e transparência, e não sob a tutela de um poder concentrado.
Não é contra o MPLA, nem contra a UNITA, é com o povo, e com todos os membros de todos os partidos alinhados na nova visão para o país.
É neste contexto que se torna necessário criticar a postura de Graça Campos, cuja retórica de ruptura total parece obedecer a agendas plutocratas de subversão.
Ao promover narrativas que favorecem a destruição das instituições democráticas, Graça Campos não contribui para a renovação do país, mas sim para a sua fragilização. A sua visão não é de reconstrução, mas de substituição de elites, sem qualquer garantia de que o povo será o verdadeiro beneficiário dessa mudança.
A Nova República que Angola precisa deve emergir de um processo constituinte legítimo, com participação ampla da sociedade civil, dos partidos políticos e das instituições democráticas.
A nova Constituição deve ser fruto de um consenso nacional, capaz de garantir os direitos fundamentais, a separação de poderes e a soberania popular. Só assim será possível rasgar novos horizontes de esperança e construir uma Angola livre, justa e democrática.
O caminho é uno: Nova República, nova Constituição, refundação partidária. Mas esse caminho só será legítimo se for trilhado com todos, para todos e dentro da ordem constitucional.
Entendam-se, rapazes — o futuro de Angola não se constrói com exclusões nem com aventuras demagógicas no sofá em Lisboa, mas com coragem, diálogo e compromisso com a democracia.