Alcides Sakala foi educado. Escreveu uma carta ao Presidente da República a explicar as razões pelas quais não aceitava a condecoração pela Independência. Erra ao não perceber que se trata de uma homenagem da República e não de qualquer pessoa ou partido e devia dar tempo ao tempo, mas teve correcção institucional.

Abafado na sua irrelevância, Rafael Marques quis estar debaixo dos holofotes, tem de justificar as pesadas avenças que recebe dos santistas que combateu no passado e agora abraça. Submergido por Alcides Sakala, resolveu escrever à LUSA a informar que também declinava a condecoração. O gesto fica com quem o faz, e ele, malcriado, em vez de se dirigir ao Presidente da República, dirige-se à agência de informação do antigo colonizador. É o gesto que diz tudo sobre a venalidade de Marques.

Um dia foi uma referência moral de Angola. Hoja arrasta-se no mercenarismo político, aliando-se a quem atacava no passado, e dando razão a Isabel dos Santos, quando no mesmo passado, dizia que ele só queria palco, nada mais.

Por muito que se coloque em bicos de pés, Marques não consegue, e a sua terceira via já foi ultrapassada pelos jovens do Partido Liberal.