No tempo em que toda a Oposição estava alienada às mordomias do iluminismo selectivo da capital, que tanto os atraiu a Luanda, eu estive retido no aeroporto de Luanda 16 horas, vindo de Bruxelas com destino a Benguela, sob intenso interrogatório. Sabiam mais da minha vida que eu próprio, e na qualidade de diretor de um jornal em Paris, houve uma gralha sobre um artigo num artigo sobre José Eduardo dos Santos, lisonjeiro até, mas que na palavra Vencedor, surgiu Vendedor.
Há informações classificadas nas fronteiras que emanam de autoridades internacionais, para isso está estipulado um tempo de retenção próprio para que acionem os mecanismos decisórios de instâncias superiores. É normal que hajam condicionalismos à circulação de Venâncio Mondlane, ele lidera arruaças que atentaram com o património e a vida alheia, é público, e chega a Luanda integrado num grupo de convidados que integram pessoas ligadas ao narcotráfico e à Extrema Direita violenta, racista e xenófoba, que carecem de escrutínio internacional.
A iniciativa da UNITA em Benguela, por todo o historial do Partido desde 2022, insere-se num quadro de propaganda subversiva, faz parte do claro convite à arruaça para que o Poder caia na rua, por isto fazem-no fora de Luanda e só poderia ser em Benguela, centro nevrálgico da tirania do bacharel tirano psicopata mentiroso Adalberto Costa Júnior “Betinho”.
Se pensam combater, como parece, o prestígio conquistado por João Lourenço na liderança da União Africana, que tanto tem incomodado a Bolha Colorida e todos os seus avençados, só por má fé e cegueira, idiotice e alheamento de uma realidade que se manifesta todos os dias, é que persistem num caminho que levará inevitavelmente ao abismo.
Senão vejamos, em consequência do novo Aeroporto, da renovação e alargamento da frota da TAAG, da recuperação das ferrovias, e dos olhos postos do mundo em Angola, o turismo cresce e vai materializando-se em investimento e criação de milhares de postos de trabalho qualificado. Ficamos a saber que irão instalar-se em Angola o Grupos Internacionais de hotelaria de alta gama, Hilton, Barceló e Radisson, este último ligado ao turismo escandinavo que leva anualmente milhões de turistas para a Ásia e destinos do Índico.
Já não vivemos tempos de dogmas nem utopias, todos nós carregados diariamente uma realidade que nos desafia à união e defesa da nossa cidadania, este desiderato não se compadece com o erguer perenemente muros que dificultem o desenvolvimento, é um aviso, a própria tolerância democrática tem limites, e já foram ultrapassados, basta ver do que emerge de uma UNITA cada vez mais dissociada do País que todos amamos.
A Nova República é uma oportunidade para construirmos um tempo quebrando as amarras do passado, é a fronteira da caducidade de um tempo de uma saudade dolorida, para um tempo de esperança, um tempo que abrace um acreditar que somos nós que temos de construir a cidadania que queremos ter, que nos faça ser em Angola cidadãos do mundo, e que no mundo não tenhamos nenhum constrangimento em ser angolano.