Editorial: jornalismo e activismo

ByTribuna

6 de Fevereiro, 2025

Um jornalista é alguém que procura factos e os transmite de modo imparcial e objectivo, não seguindo qualquer agenda a não ser a realidade.

Um activista é alguém que procura factos e os transmite do modo parcial e subjectivo, seguindo uma agenda que quer impôr.

Em Angola, os jornalistas transformaram-se em activistas. Envergam as vestes de jornalista, mas seguem agendas de forma mais ou menos encapotada, sempre obedecendo a objectivos que não são o da verdade pura.

Esses jornalistas deixaram há muito de ser jornalistas. Crêem-se detentores duma verdade mística e repetem-na ao seu auditório com um fanatismo repetitivo.

A rádio do Graça Campos, que resolveu fustigar o nosso colega Kuma, é um exemplo do jornalismo transformado em activismo. O que ali temos é um programa de opinião não factual e sem qualquer contraditório. Como marionetas coloridas repetem todos os sábados a mesma coisa, sempre a mesma coisa, nada muda na sua narrativa. O que está em causa nunca são factos, são ataques ao governo. E nunca admitem ninguém que não concorde com eles.

São felizes porque vivem num país que começa a cultivar a liberdade de expressão.Ninguém os persegue criminalmente, muito menos, ninguém os prende. São livres. Não eram há uma dezena de anos. Nem se atreviam dizer metade acerca do antigo Presidente o que dizem do actual. Mas assim é a liberdade de expressão a que têm direito, desde que não ultrapassem os limites legais, o direito ao bom nome e à reputação.

No entanto, não são jornalistas. Nenhum deles está ali como jornalista. Está como activista, opinador, comentador.