Cada vez me convenço mais que o grande problema angolano está nas suas elites, que não correspondem aos anseios do povo, sendo uma casta predatória, falsa e egoísta. Durante décadas banquetearam-se no sofrimento do povo e no saque indiscriminado. Roubaram tudo o que podiam para ir gastar na Europa e nos Estados Unidos, enquanto bajulavam José Eduardo dos Santos.

Isso acabou. As tentativas de roubo continuam, mas o Estado já não é conivente e a opinião pública está alerta. As elites estão debaixo de vigilância. Assim, tornaram-se, da noite para o dia, em defensoras do Estado de Direito e dos Direitos Humanos, se não fosse trágico, seria cómico ver os antigos ladrões e violadores dos Direitos Humanos a abrirem a boca a defender o direitos das pessoas. Até se tornaram amigos do Rafael Marques e outros, que no passado desprezavam, enchendo-os de presentes e benefícios.

Mas as elites angolanas são estúpidas. Querem voltar a um passado que acabou e agora defendem tudo e o seu contrário, caindo no descrédito. Antigamente, ambicionavam a Europa e os Estados Unidos. Agora que João Lourenço se aproximou destes países, transformaram-se em amigos dos BRICS (Brasil, Rússia, Índia e China) e atacam os americanos. Vão mudando de bandeira conforme o vento. Apenas querem manter os privilégios que lhes fogem das mãos.

O problema é que estas elites ainda ocupam funções importantes no Estado. São a sabotagem dentro do Estado.

É aqui que entra a Nova República, que em parceria com o nosso colega Kuma, temos defendido. A Nova República é acima de tudo a República do novo espírito, da nova mentalidade, da mudança de elites.

Há que varrer esta gente, e só depois disso será possível e necessário criar uma Nova Constituição e Novas Leis. A Nova República é acima de tudo nova gente, nova capacidade intelectual, nova elite, arrasando a anterior elite corrupta.

É preciso não esquecer isso. Não bastam novos textos. É precisa uma nova mentalidade, uma nova gente.