O papel é um dos instrumentos mais frágeis da invenção humana, consente a mentira e a verdade, falsifica a razão, promove a promiscuidade, aceita tudo quanto é complexo na idiossincrasia humana.
Rui Bacelar, jornalista conceituado da Rádio France Internationale, abonado da UNITA desde os anos 80, começou a elaborar a formatação de estadista de Isaías Samakuva, falamos muitas horas na Xixa em Paris, e entre lapsos de memória e alcoolismo crónico, não achava nada de relevante senão um rol de mentiras encaixadas em datas que não condiziam. O meu querido amigo, saudoso, morreu sem que a obra terminasse, e o futuro estadista morreu prematuro engolido pelo tempo. Também se dizia engenheiro, sofredor do flagelo colonial, quando afinal tinha sido um burguês alienado e apenas com o ensino secundário inacabado.
Agora pela escrita do nosso conterrâneo Agualusa, com a sua hábil prosa, temos absurda invenção do estadista e intelectual que um dia sonhou ser presidente da república. Abel Epalanga Chivukuvuku é o maior “bluff” político do pós Independência, andou pelo céu e pelo inferno, foi Judas na ceia da Jamba, e deu-se sempre com deus e o diabo.
O livro Vidas e Mortes, é um escandaloso exercício de promoção e culto de personalidade, é um sacudir de água pesada do capote, de uma atroz ausência de carácter que valoriza o facto de com oportunismo raro se ter colado a todos. A UNITA serviu-lhe enquanto esteve em Washington, enquanto fez dele um burguês viajante diplomático, saiu derrotado, voltou humilhado a reboque, brindou com José Eduardo dos Santos, tenta aproximar-se discretamente de João Lourenço, e tem como tutor na capital Fernando da Piedade Dias dos Santos “Nandô”.
Como gestor arrasou a CASA-CE, pariu um nado morto PRA-JA, e do livro agora publicado é descrito pelos companheiros como um vaidoso em que ninguém pode confiar.
Parece que o bacharelato do líder tirano psicopata ACJ “Bétinho”, é mais um na lista dos milagres do Galo Negro, conseguem entrar numa porta estudantes, e saem noutra licenciados, e o pior é que acreditam mesmo que o são.
São estes estadistas que querem governar Angola?
Venha a Nova República, já…!!!