Em política ocultam-se expectativas na generalidade, lêem-se verdadeiras intenções nas entrelinhas, e no quadro da diplomacia internacional impera a presunção do mais forte, e essa estratificação obedece a vícios seculares que deixaram marcas absurdamente tristes na Humanidade.
O audiovisual digital conferiu um poder à comunicação que paulatinamente se tem vindo a sobrepor à justiça, o jornalismo estruturado, regulado, fiscalizado, deu lugar a uma selva que tem vindo a revelar sentimentos ancestrais de pretensa superioridade histórico cultural que tenta explorar de forma moderna, o colonialismo, a escravatura, e um mundo hierarquizado por raças e posições geográficas.
Sente-se e propaga-se um sentimento de paternidade incompreensível, elites transfronteiriças arrogam-se ao direito de opinar sobre terceiros como se tutelassem gente de menoridade, e usam gente subserviente para atingir os seus intentos com intrigas e experimentalismos.
O que tem a ver Portugal e o Brasil com a política interna de Angola? Dão guarida a criminosos foragidos por crimes públicos, acolhem grupos que promovem a instabilidade com subversão e arruaça. A coberto da liberdade de expressão permitem afrontas ao Estado de Direito Democrático e insultos inadmissíveis ao Presidente da República.
Mais, circulam nos corredores do Poder, vaticínios que dão a presidência de João Lourenço a prazo para o colocar num cargo internacional, para abrir caminho a uma alternativa neocolonialista.
Não terá sido infeliz o presidente Marcelo Rebelo de Sousa ao afirmar que agora é que a CPLP vai funcionar porque há a boa vontade do Brasil?
O que pode emperrar a CPLP é a aberração de haver em Portugal no Brasil células terroristas de angolanos fugitivos, e uma ambiguidade muito grande da justiça destes países no que concerne aos saqueadores do Erário Público de Angola.
Portugal, Brasil, França, Europa, não podem pensar em Angola com paternalismo, João Lourenço mudou o rumo do país, cultural e politicamente os objectivos estão definidos, socialmente há dificuldades que advêm de pesada herança, mesmo com uma Oposição a obstaculizar permanentemente.
Não acredito que João Lourenço abandone Angola sem cumprir o seu destino, ele vai muito além da presidência, é isso que está a deixar muita gente nervosa.
Em tempos de crise Angola salvou grandes empresas portuguesas e brasileiras, capitalizou bancos, recebeu 150.000 portugueses que transferiram pequenas e médias empresas falidas, é essa relação séria, adulta, com respeito, integridade, que urge preservar da proximidade dos Povos.