Angola vive desde 2022 uma situação política incompreensível, a cada iniciativa presidencial, legítima, a anormalidade vem à tona de forma sempre desafiadora.
Caricato são os factos que geram a tal incompreensão, porque depois da tentação vem a realidade e desfaz todos os equívocos, revelando ao que andam.
Não aceitam os resultados das eleições, mas ocupam todos os lugares atribuídos. Valentes e heróis com pés de barro rejeitam indultos, mas acabam por desfrutar das vantagens consequentes.
Rejeitam os festejos do cinquentenário da Independência, mas não dizem o porquê. Jonas Malheiro Savimbi, duma varanda, acompanhado de N’Zau Puna e Samuel Chiwale, declarou a independência na cidade de Nova Lisboa, e declarou a cidade do Huambo capital de Angola.
Efectivamente a independência da UNITA em conluio com Mobuto Sesse Seko, com a partilha do Corredor do Lobito, ruiu, foi um fracasso, e a história ditará essa traição.
Mas no panorama atual, sobretudo parlamentar, temos a UNITA em perene subversão, e restantes partidos da oposição a pecar por omissão, quiçá pelo medo do Galo Negro, pelas suas origens e pelo conhecimento do que a casa gasta.
A cada dia que passa a liderança do ACJ “Betinho” está mais isolada, a UNITA é hoje um epicentro de fartura, andam todos fartos uns dos outros, no retrato para o próximo Congresso estão rostos gastos e cansados, e a resignação de caminhos sem destino, é a colheita do vazio e do veneno que plantaram.
Angola vive num mundo conturbado uma normalidade assegurada por uma governação pragmática, João Lourenço é hoje um rosto de confiança, de estabilidade e tem tido o condão de aliar à consolidação da democracia e da liberdade, um espectro de desenvolvimento sustentado que alia a simplicidade do campo à sofisticação do desafio digital e espacial.
Angola carece de uma Oposição democrática, representativa, que pudesse ser tida como alternativa, hoje faltam Pactos de Regime para estabilizar o Estado nas funções sociais, trabalho, infância, velhice, decisões setoriais que dificultam a ação do Senhor Presidente da República, alvo da intriga e insinuações permanentes que desgastam a opinião pública, que também não vislumbram alternativa.
Creio que o Congresso da UNITA irá ser uma linha de fronteira do admissível, o País não suportará uma continuidade subversiva nem pode ir para eleições com ameaças e comportamentos experimentados desde 2022.
Compreende-se que a UNITA não festeje o Cinquentenário da Independência de Angola, afinal a Independência de Angola não foi a deles, e para se adaptarem têm que fazer uma higienização política, para muitos tarde demais.